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Solo de Samba Metal por Gustavo Teixeira

Solo livre de Pratos por Gustavo Teixeira para AGEAN CYMBALS - TURQUIA

Elaboração de solos de bateria por Gustavo Teixeira

Elaboração e estruturação de solos para Bateria!




Por: Gustavo Teixeira

Parte 1



Análise do estilo que você domina.



Primeiramente o que se deve fazer é estudar analiticamente seu potencial técnico e musical, ou seja, terá que fazer isso da seguinte maneira, primeiro tente gravar-se usando gravadores tipo mp3, ou gravadores de fita cassete, ou ainda utilizar o microfone de seu computador. Podendo também gravar com uma mesa de som ou pagar algumas horas de estúdio para que possa ter um registro seu tocando, isso é muito importante, pois dessa maneira você terá uma forma clara e direta para definir seu estilo de tocar, priorizando primeiro seus erros para tentar corrigi-los, se tiver um professor ele poderá te ajudar certo? Depois analise as qualidades e tente trabalhar em cima delas inicialmente, pois ninguém vai querer se espelhar em algo errado de início, mesmo porquê o fator motivação estaria relacionado aos pontos positivos e não aos negativos, concordam?



Partindo dessa etapa inicial da sua análise pessoal de tocar, tente por meio de um professor ou profissional da música, mostrar essas gravações para que ele possa te orientar em que trabalhar inicialmente, ou seja, em que parte está errando! Se é na parte técnica relacionada a algum tipo de rudimento, ou se sua parte rítmica está um pouco defasada. É importante frisar que um bom professor vai te ajudar nisso, caso não tenha um, tente por força de vontade mesmo, pois eu comecei assim, então tentem, isso não é impossível, é uma questão de tempo, dedicação e esforço! Muito esforço!



No começo poderá até achar estranho as gravações e sua performance, mas tente fazer estas gravações sempre uma vez por mês! Se não tiver que ir para um estúdio! Tente gravar em casa mesmo! Uma boa idéia é aquela de quando sua banda vai passar o som a tarde, para um show a noite, eu cansei de fazer isso, pedia para o meu técnico de som gravar minhas passagens, quando eu ia checar o som da bateria previamente para o show, claro! Daí é uma boa, pois além de poder contar com um técnico de graça, poderá contar com um som bem legal para gravação, não acham?



Um ponto culminante é aquele de alguém falar que está uma droga a gravação, e que seu estilo está um pouco duvidoso, ou não está bom! Lógico que isso pode acontecer, nunca podemos agradar a todos! Nem mesmo fazer isso de maneira assim tão espontânea! Então só tomem o cuidado para quem vocês vão mostrar essas gravações. Na minha opinião as pessoas certas são: seu técnico de som, seu professor, um amigo muito próximo que entenda de música, claro! Se nenhum desses aí se encaixam, então peça para seu irmão, irmã, pai, mãe, algum parente!

Nunca desanimem, o caminho é muito longo, mas o legal é que mesmo aqueles que nós gostamos muito, aqueles bateristas que são a referência para nós, em nossos estilos e gostos, nunca chegaram até o fim desse caminho! Continuem caminhando, pois é sempre aprendendo que se sabe mais!



Neste tópico estaremos vinculando a idéia da primeira parte, apesar de serem bem parecidas a proposta é um pouco diferente, pois nesta parte além de analisarmos um estilo dominante, estarmos atribuindo mais estilos ao contexto de estudo, ou seja, um estilo já está dominado, agora vamos estudar mais estilos, diversificar mais a gama de possibilidades rítmicas!



Parte 2



Análise de ritmos que não dominamos ainda – faça um arápida análise dos estilos que você sabe tocar, depois refaça esta análise, só que ao contrário, analise os estilos que ainda não domine, mesmo que tenha certos ritmos que não goste, tente estudar as bases deles, pois aí que está o grande lance! Um ritmo tem uma particularidade técnica que outros não têm! Por exemplo: reggae se usa muitas quiálteras e complementos diferenciados no hi-hat, e no rock se usa muito bumbo com caixas marcadas fortemente nos tempos 2 e 4, então cada estilo requer uma análise detalhada para verificarmos a parte técnica que ele oferece, entenderam? Pode ser que um estilo musical te ofereça uma gama de elementos técnicos que ajudarão a formular melhor sua técnica, e assim te ajudar a elaborar mais seus solos, não ficando apenas fazendo barulho, e sim usando elementos rítmicos!



Um grande passo a seguir é o seguinte: faça uma seleção de músicas de vários ritmos diferentes, a partir daí formule um repertório, como se fosse tocar com uma banda, e a partir daí estude a característica de divisão de tempo, dinâmica, velocidade e técnicas usadas nesses ritmos analisados.



Procure também estudar por meio de partituras certos ritmos que estão aqui no site www.batera.com.br aqui mesmo! são de grande valia, pois neles estão aspectos rítmicos bem interessantes que ajudarão muito na evolução técnica, e conseqüentemente na elaboração de um solo musical, bonito e coeso!



Nesta terceira parte iremos abordar um tema muitíssimo importante, que é o estudo de clichês, nele estudar por partes é importantes, ou seja, estudar cada parte rítmica separadamente, para depois juntá-las.



Parte 3 – estudo e desenvolvimento por meio de clichês –primeiramente é importante ressaltar que esta parte requer muita paciência, pois nela estará a chave para o sucesso de um solo muito bom! O estudo de clichês nada mais é do que usar partes de ritmos ou mesmo usar fragmentos de idéias que já viu alguém usar em um solo, ou até mesmo uma idéia que criou, como por exemplo: tocar na caixa depois variar nos tons usando toques duplos. Isso pode soar bem se usar de diferentes maneiras distribuindo por toda bateria, daí surgem os famosos clichês que muitos bateristas famosos recorrem na elaboração de seus solos!



Como estudar usando clichês?



Primeiro procure analisar solos de bateristas que goste, isso vai te dar uma idéia do que iremos abordar nesta parte, em seguida tente por meio de repetição de imagens, em seu dvd ou computador, fazer uma seleção das idéias que seu baterista predileto fez em seu solo, a partir daí extraia as melhores idéias e tente fazer o mais próximo do que está vendo, assim estará criando um arquivo de idéias sobre estes fragmentos musicais, no caso os “clichês” que te ajudarão na elaboração de seu solo, se não quiser usar estas idéias em seus solos de apresentação em shows, tente usa-los para estudo mesmo! Depois vá criando suas partes, mesmo porque o mais importante é você ter uma identidade própria e não ficar sendo mais um baterista igual a milhões por aí, não acham? Tentem explorar suas capacidades criativas, mesmo que achem que elas não existam em você, com toda certeza elas virão um dia, bastando estar preparado para isso, então estude sempre que puder!



Como ordenar o estudo com o uso de clichês?



Passo 1 - Utilizando a escrita musical ou até mesmo a gravação de um clichê que criou, faça um acervo rítmico com os clichês criados, ou copiados de alguns solos de bateristas famosos, ou baterista que você admira, desta forma poderá criar uma rotina diária de estudos voltados para o desenvolvimento dos clichês.



Passo 2 – depois de conseguir dominar alguns clichês, tente ordenar eles entre si, ou seja, colocar uma seqüência de clichês de maneira que possa se lembrar deles, afim de formar um solo inicialmente pequeno, em seguida tente acrescentar mais clichês indo para um solo de tamanho médio e por fim fazer um solo maior. Um solo pequeno pode ter de 1 há 2 minutos, um solo médio de 3 há 5 minutos e por fim um solo grande de 8 até 10 minutos, isso inicialmente para desenvolver a memorização, porque um solo grande depende de uma base mais simples para que ele possa de fato ter um começo, meio e fim definidos.



Passo 3 – faça exercícios de memorização com os clichês estudados, trocando as ordens de execução e em seguida tente ir acrescentado mais clichês, até que o solo fique com no máximo 10 minutos. Depois tente eliminar as partes que não te agradam muito e tente por fim otimizar o solo, pois um solo grande não significa que é bom, com um estudo baseado em um solo de 10 minutos, poderá “enxugar” este mesmo solo para metade de seu tempo, e ficar com as melhores partes para uma apresentação. Eu faço geralmente solos de 30 minutos, e depois divido ele ao meio colocando o que eu acho de melhor em toda seqüência, pois assim fico com um solo coeso e bem definido.



Passo 4 – um solo como uma música deverá ter início, meio e fim, para isso defina bem a quantidade de manobras com os clichês, isso é, mentalize os compassos para cada execução dos clichês, e assim vá definindo o tempo para cada parte! Definido o tempo de execução de cada clichês temporize eles com um cronômetro, e por fim o solo inteiro assim de ter a idéia de duração do mesmo! Imagina se não existir uma programação para isso! No momento de uma apresentação sua em um show, você fica uns 10 minutos solando, isso não muito bom para aquele espectador que foi assistir ao show de sua banda! Então programe as melhores partes de seus solos otimizando para no máximo 2 minutos, isso funciona bem, pois no momento que alguém pensar em reclamar, o solo já acabou e entrou em uma música! Entenderam? Solos grandes só funcionam em duas situações: workshop`s ou se você é baterista de uma banda famosa, pois até um expiro o espectador aplaude, não é?



Passo 5 – uma idéia muito legal também é a execução de um solo no meio de uma música com uma base por baixo, ou até mesmo uma pequena pausa da banda para que você execute uma pequena parte de seu solo, podendo combinar nos ensaios as partes já definidas que vai executar na hora do show. Um exemplo que fica bom é o seguinte:

Para cada 2 até 4 compassos de solo o mesmo para uma parte tocada pela banda inteira, daí pode ocorrer revezamento de solos entre os músicos e todos sem ganhando!



Parte 4 – exercícios físicos – estes são imprescindíveis para quem quer ter uma desenvoltura maior em relação a solos de bateria, com toda certeza um baterista que treina diariamente seu instrumento e faz exercícios físicos regularmente, certamente terá mais chances de obter uma qualidade maior em seus solos.

Vamos definir a preparação física e o treinamento diário como ferramentas valiosíssimas ao nosso estudo! Sem elas realmente vai ficar mais difícil explorar seu potencial.



Como iniciar a preparação física?



Primeiro procure um profissional da área para te orientar nesta questão, vá a um médico ou mesmo em uma academia para fazer um estudo das atividades que você vai ter como série, para sua prática! Lembrando que deverá procurar um médico para fazer uma avaliação completa de seu batimento cardíaco, e se porventura tens algum problema que te impeça de praticar tal modalidade, se isso for o caso, procure praticar outras atividades físicas, como: andar de bicicleta, patins, caminhar, ou até mesmo nadar!



Programação



Com tudo já feito, ou seja, começando a fazer suas atividades físicas! Trabalhe bem duas coisas: o alongamento e o aquecimento, pois eles são mais importantes do que a execução, entendam que você já domina os clichês certo? E já elaborou seus primeiros solos, então sempre faça o alongamento e aquecimento, sempre!



O próximo passo é estudar um meio de conciliar as etapas diárias de estudo e dedicação as atividades físicas, lembrando que fazer atividades físicas sem uma boa hidratação e alimentação não será benéfico, ao contrário te fará muito mal, então se for um cara bem metódico procure também um nutricionista, realmente eu procuro ser bem detalhista, pois não gostaria de saber que alguém está com problemas de saúde por causo de um solo de bateria! Ou se tem um problema de tendinite, ou algo parecido por não seguir certos preceitos técnicos de conduta física e alimentar. Parece frescura, mas muitos desses grandes bateristas tem uma vida de atletas mesmo! Imaginam se um dia eles não conseguem tocar por falta de resistência ou carência de alguma vitamina! É muito sério mesmo!



Espero estar ajudando com essas dicas, pois funcionaram comigo, eu mesmo tive experiências desagradáveis por causa do uso incorreto dessas técnicas todas, já tive que parar no médico por causa de tendinite, e isso é o maior atraso de vida, podem ter certeza disso!





Nesta parte iremos estudar o uso correto da velocidade.



Parte 5 – a velocidade é sem dúvidas a característica dentro de um solo que mais impressiona, certo? Depende do ponto de vista de quem está vendo e ouvindo seu solo, mas uma coisa que todos não negam, é que a velocidade realmente chama muito a atenção das pessoas. Fazer um solo musical ou um solo virtuosíssimo depende de gosto! Para aqueles que adoram a velocidade eu posso citar dois caras bem rápidos e com muita técnica, mas me desculpem se não gostarem do que vou falar: “ quase sem musicalidade esses dois solam, eles usam artifícios de malabarismo com as baquetas que é bem legal, eu gosto muito, mas abusam da velocidade e da independência” são eles: Thomas Lang e Virgil Donati, eles mesmos! São minha referência para estudos de velocidade com toda certeza, e não só isso, mas também a parte técnica é irrepreensível, então podem estudar eles que com certeza são os reis da velocidade técnica! Isso mesmo! Velocidade técnica! Pois existem bateristas que eu já vi muitas vezes terem uma velocidade absurda mas o som que eles tiram da bateria é realmente medíocre! Então tomem cuidado com a velocidade sem técnica ou sem velocidade. Podemos sim usar técnica e velocidade em um solo, como também velocidade e musicalidade. Depende de gosto!



Iniciando o estudo da velocidade – primeiramente devemos estar cientes de que temos limitações físicas e que nunca vamos chegar a velocidade da luz! Pois a velocidade pode ser um problema no desenvolvimento do baterista, isso deve-se ao ego de cada um! O importante é fazer um solo que realmente te agrade, se for o caso de fazer em uma apresentação a coisa muda, pois agradar a platéia é mais do um desafio, é um verdadeiro problema! Então tomem cuidado com os solos em público, pois uma coisa que acontece muito é que muitas pessoas as vezes podem falar de forma crítica! Isso não pode te abalar nunca, pelo contrário, é motivo para se dedicar mais e ver aonde está o erro!





Principais erros quando estuda a velocidade –



1-errar demasiadamente as peças da bateria, tocar os aros ao invés das peles!



2-perder o tempo sempre que atinge uma determinada velocidade!



3-perder a noção de contagem dos compassos, para isso sempre utilize um metrônomo, para marcar os compassos e definir a evolução de sua velocidade!



4-não dar chances para a musicalidade, a não ser que queria apenas trabalhar a velocidade separadamente, mesmo assim existem solos que são velocidade e pura técnica, num show de sonoridades e perfeição na execução, estes solos geralmente chamam muito a atenção!





Atualmente eu desenvolvi um estudo específico para resistência que consiste em dividir em duas partes seus estudos diários, trata-se de estudar primeiro alguns rudimentos que ainda não domine, em seguida distribuí-los em todas as peças da bateria, primeiro estude sem metrônomo, em seguida esse o metrônomo. Divida seus estudos ao meio, por exemplo: se estuda 1 hora , então estude meia hora cada parte.



Parte 6 – estudo dos vários tipos de solos



Solo livre

Solo melódico

Solo rítmico

Solo sequenciado

Solo combinado

Solo musical



Existe diversas maneiras de executar um solo de bateria, para isso teremos que entender cada uma delas separadamente para que ocorra uma compreensão melhor!

Cada baterista têm mais facilidade em certos aspectos técnicos e musicais do que outros, por isso é importante saber em qual deles se encaixa. Existe baterista que sola mais ritmicamente do que musicalmente, outros solam de maneira mais livre do que outros que solam com um embasamento seqüenciado. E ainda existe bateristas que usam combinações de diversas maneiras em um solo, para que sua gama de possibilidades sonoras se amplie!





Primeiro vamos dividir os solos em seis tipos diferentes:



Solo livre – este solo é o mais fácil de executar, pois nele estaria inserido todas as técnicas estudadas e clichês variados. Podendo trocar aleatoriamente as ordens dos clichês.



Exemplo de um solo livre – Dennis Chammbers é o mestre em solo livre



Solo melódico – é um tipo de solo muito complexo, pois nele o baterista deve dominar noções de harmonia, composição escalas e notas musicais como os sustenidos e bemóis! Além de ter a noção exata da aplicação deles entre si, muitas vezes esses solos parecem soar meio estranho, mas na verdade a melodia estará lá!



Exemplo de solo melódico – Terry Bozzio é o cara!





Solo rítmico - este solo é aquele bem alegre do qual muitos músicos dominam depois de muitos anos de estudo, pois este tipo de solo é focado para partes rítmicas vibrantes ou não vibrantes, ou seja, pode ser um solo baseado em samba e partido alto, um solo bem brasileiro, ou um solo focado em fraseados mais sutis como a bossa nova por exemplo!



Exemplo de solo rítmico – Airton Moreira





Solo seqüenciado – neste tipo de solo o baterista têm uma combinação muito bem feita entre ritmos determinados em forma de pequenos clichês, e ainda usando a tecnologia no auxílio de sua execução, ou seja, usando um metrônomo para demarcar as partes de maneira sempre exata, ou usando até mesmo um seqüenciador eletrônico que dispara temas em cima do solo, realçando mais ainda a execução, e fazendo com que o solo não seja uma apresentação meramente bateristicamente falando!



Um exemplo desse tipo de solo está no DVD do Rush gravado no Rio de Janeiro em dezembro de 2003. o Neil Peart abusa dele em seu solo, disparando sempre temas em seus pads eletrônicos e ainda usando um seqüenciador para finalizar seu solo de maneira realmente perfeita!



Solo combinado - este tipo de solo é na verdade uma compilação de todos os outros, mas de uma maneira diversificada, ou seja, podemos combinar o uso de sequencer com ritmos. Ou ainda usar a combinação de todos estes tipo de solos para elaborar um único solo! Este tipo de idéia é muito boa para que o baterista possa demostrar todas as suas qualidades!



Exemplo de um solo combinado muito legal, são os usados pelo Akira Jimbo, aquele baterista japonês que toca em uma banda chamada Caseopea! Ele domina muito todos os temas, inclusive toca bem com pedal duplo, pads eletrônicos, ritmos latinos, e abusa de uma técnica irrepreensível.



Solo musical – este solo é muito usado em bandas de baile, pois neste tipo de seguimento o baterista não têm muito tempo para fazer um solo, então a idéia do tema musical fica encoberto por alguns segundo pelo baterista, dando um foco em seu instrumento, sem fazer com que o espectador note que a música parou! Desse jeito o baterista solo sem tirar o foco da banda.



Exemplo de solo musical – praticamente todos do Dave weckl e Steve Gadd. E ainda alguns solos do Vinnie Colaiuta na época que tocou com Chick Corea e Sting! Podem conferir!



Estes exemplos são para ampliar as possibilidades de atuação de solo de bateria em um conjunto, ou ajudar a decidir em qual deles você se encaixa, ou ainda em qual deles quer começar a desenvolver um estudo.



Criação de solos a partir do diferentes tipos existentes:



Como criar um solo livre?



Este solo é o que requer mais cuidado, pois por ele ser bem “livre”, o próprio nome já diz tudo, teremos que adotar uma metodologia rígida! Primeiro formule e separe os clichês que já têm, em seguida os ritmos e depois junte tudo de forma ordenada, mesmo o solo sendo livre, não quer dizer que não precisa ter um preparo, senão imagina uma música feita assim de primeira, é meio difícil de acreditar, não acham? Então uma dica muito importante é que mesmo sendo um solo liberado para qualquer uso de técnica, ritmo, ou o que vier na cabeça, lembre-se que para não passar por alguma surpresa, deverá estar tudo antes preparado, apenas podendo mudar as partes na hora da sua execução, ou seja, um solo pode ser livre com os clichês e partes rítmicas fragmentadas, usando uma organização inicial ou podendo colocar aleatoriamente cada parte a ser inserida no solo. Independe da ordem! o que importa mesmo é a execução de todas as partes estudadas. As vezes acontece de na hora dar o famoso “branco” e esquecer algum fragmento legal, que vocÊ tanto estudou, mas esqueceu, então insira ele mais para frente, a vantagem do solo livre é esta, entenderam? Por isso também é importante ter algumas cartas na manga, ou seja, alguns clichês a mais, alguns ritmos a mais, senão fica igual aquele cara que começa bem contando piadas, e no fim já não tem mais graça, certo?



Então a fórmula para o solo livre pode ser:



1-análise do seu estilo

2-repertório de clichês e ritmos

3-desenvolvimento de noções de divisões rítmicas

4-criatividade a vontade.



A criação de um solo sempre poderá ser encarada como um projeto paralelo, ou seja, você toca com sua banda, na sua igreja ou até mesmo sozinho? Então faça também um projeto musical solo para desenvolvimento de novas idéias que com certeza vão te ajudar em cada área de atuação que escolheu.





Estudo do solo melódico



Este solo é o do tipo que poderá dar muito mais trabalho, pois nele estaria inserido elementos musicais como: notas, melodia e até mesmo harmonia! Um exemplo da complexidade deste tipo de solo seria o uso de uma afinação por notas musicais, ou seja, afinar por: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si. Este tipo de afinação requer um cuidado, pois para assimilar melhor esta idéia o baterista deverá dominar a leitura musical, harmonia e melodia, assim como as escalas diatônicas, pentatônicas entre outras!

Para entender melhor podemos utilizar a clave de Fá, que é a clave para uso em bateria.

A clave de Fá poderá estar em duas posições diferentes no pentagrama, ou pauta musical, como queiram! O que acontece de verdade que a clave de Fá serve para direcionar o uso das notas musicais, assim como o uso das escalas dentro de uma canção, em nosso caso no solo de bateria! Segue abaixo dois quadros de exemplos referentes a clave de Fá. Lembrando que a clave de Fá pode aparecer na terceira em cima da terceira linha ou da quarta linha, contando de baixo para cima no pentagrama, ou pauta musical!



Clave de Fá na terceira linha



Ficará assim a ordem das notas musicais dentro da pauta, contando sempre de baixo para cima:

Cada peça e sua respectiva afinação em notas musicais. Vale ressaltar que o uso de um afinador específico ajuda com certeza ou um teclado mesmo, guitarra ou contra baixo.

E também é importante frisar que a afinação as vezes não quer dizer que o som vai ficar o melhor possível, mas ajuda muito dependendo da qualidade da bateria em questão de afinação!



A ordem fica assim: peças da bateria e sua nota



Caixa – SOL

Bumbo 1 – LÁ

Bumbo 2 – SI

Surdo 1 – MI

Surdo 2 – RÉ

Tom 1 – DÓ

Tom 2 – SI

Tom 3 – LÁ

Tom 4 – SOL junto com a caixa



Valeu ressaltar eu as peças de uma bateria podem mudar, ou seja, uma bateria com dois tons e um surdo poderá ter suas notas diferentes de uma bateria com 4 tons e 2 surdos!



Ordem de notas musicais para a Clave de Fá colocada na quarta linha de baixo para cima na pauta musical.



Caixa – MI

Bumbo 1 – FÁ

Bumbo 2 –SOL

Surdo 1 – DÓ

Surdo 2 –SI

Tom 1 – LÁ

Tom 2 – SOL

Tom 3 –FÁ

Tom 4 – MI junto com a caixa



Leve em consideração que as notas acima são as mais águas e as notas abaixo são as mais graves, portanto em uma bateria enorme como a do Terry Bozzio, que deve ter uns 16 tons, 8 surdos, 2 caixas e 4 bumbos, as notas podem variar até mesmo em Sustenidos e Bemóis.



Dica importante: lembram daquele som de esteira que fica quando tocamos um determinado tambor de nossa bateria, ou seja, um tom ou surdo? Então notem acima que mencionei as notas iguais de duas peças distintas, a caixa e o quarto tom, pode ser em uma bateria menor o primeiro tom, ou o segundo, ou até mesmo o terceiro ou os 2 surdos. Essas notas iguais têm freqüências iguais ou aproximadas, daí elas se somam e fazem aquele BIZZZZZZZZZZZ que todos conhecem da esteira da caixa.



Agora que sabem a utilização das notas musicais, podermos elaborar um solo melódico. Um instrumento que ajuda muito na concepção de um solo deste tipo, é estudar com um xilofone, aquele mesmo de banda de fanfarra ou banda militar. Depois adquirindo uma noção das notas passe essas idéias para os tambores da bateria, e assim por diante! Com isso tudo é usar a criatividade ou pegar peças já prontas para seu estudo! Pode ser cantigas de ninar mesmo! São mais simples e bem alegres para um desenvolvimento básico, depois podemos passar para composições de grandes nomes da música clássica!



Solo Rítmico



Nesta parte iremos analisar o estudo do solo rítmico



O solo Rítmico na verdade é um solo executado usando ritmos, podendo ser ritmos variados, ou um ritmo apenas! Num solo rítmico o baterista tem que ter muita noção técnica e musical, pois este tipo de solo requer um cuidado em sua elaboração, pois nele o baterista deverá expor suas qualidades como ritmista! Isso mesmo! Um baterista que ouve muito ritmo terá mais facilidade em dominar tal solo. Um exemplo simples pode ser o estudo de ritmos latinos, brasileiros, ou até mesmo de origens exóticas, como ritmos africanos, árabes, entre muitos outros, depende de gosto e de pesquisa.



Para estudar bem um solo rítmico, o baterista deve primeiro analisar os ritmos mais adequados para que possam se encaixar dentro de um contexto previamente revisado!

Dessa maneira o solo ficará coeso e bem equilibrado, pois mesmo atribuindo os famosos clichês, o solo deverá ter um começo, meio e fim!

Uma forma eficiente de elaborar um solo rítmico é tentar executa-lo junto com uma marcação contínua, ou seja utilize um bumbo constante se for um solo focado em reggae ou samba reggae, ou utilize a marcação no hi-hat se for um solo com uma base rock, funk ou fusion.



Dica de estudo – utilize métodos de estudo para bateria com embasamento em ritmos, pois neles poderão extrair muitas idéias legais, que certamente contribuirão para uma elaboração de um solo rítmico coeso!





Solo sequenciado



Neste tipo de solo o mais importante é frisar que a maneira de faze-lo é determinar partes programadas para sua execução, ou seja, usar um método de seqüência já definida desde o início, assim como os clichês já estarem certos e com sua arrumação fechada. Utilizar um sequencer com partes já programadas e o recurso do metrônomo são de praxe para este tipo de solo.



Procure por partes seqüenciadas em programas de computador, ou peça para um amigo que toque teclado, e sabe trabalhar com sequencer faça para você um tema seqüenciado!

Outro tipo também seria utilizar uma linha de metrônomo definida em uma velocidade para estudar seus clichês, a modo de organizar seus temas e preparar o solo sempre de maneira igual!



Como estudar para executar bem um solo seqüenciado?



Usando um sequenciamento de tema



Podendo ter uma parte já programada com um tema já feito, podemos mutar algumas partes desse mesmo tema da seguinte maneira: primeiro execute seu solo com o tema inteiro, sem pausas, logo em seguida programe pausas entre partes desse mesmo tema, assim você terá mais habilidade com o tempo e andamento, além é claro de testar sua memória.



Usando o click



Com o uso do metrônomo podemos também estabelecer a mesma regra, bastando gravar uma parte programada do click, com pausas entre determinados números de compassos, por exemplo: comece usando o tema inteiro com o metrônomo, em seguida mute algumas partes sabendo que para dois compassos mutados, teremos um pausado, depois inverta essa situação, e em seguida faça isso aleatoriamente afim de melhorar sua performance!



Usando bases de clichês programados



Com o auxílio de uma gravação sua mesmo, pratique fazendo um dueto com você mesmo, ou seja, grave suas partes separadamente, e use-a como se fosse outro baterista tocando com vocÊ, isso é muito bom!



Obs: Mais para frente veremos como estudar solos em duetos!



Solo combinado



Este tipo de solo é o mais usado por muitos bateristas, primeiro pela gama de possibilidades que ele propicia, segundo pela versatilidade que ele pode abranger, e ainda por ser um tipo de solo que não exige muitas seqüências definidas, a não ser que combine um solo seqüenciado com um solo rítmico, ou também outro exemplo seria o uso de um solo seqüenciado finalizando com um solo livre!



Um solo combinado nada mais é do que o uso de vários tipos de solos em um só, ou seja, executar linhas pré-definidas de solos já existentes, combinando vários tipo de de solos em um só, ou até mesmo dois tipos num mesmo solo!



Uma dica para elaboração de um solo combinado, seria a utilização de divisões definidas de solos já existentes, ou seja, defina que tipos de solos você vai usar na construção de seu colo combinado, a idéia é essa mesma! Solos dentro de um solo maior, assim como utilizamos os clichês para elaboração de um solo menor, afim de irmos juntando vários fragmentos rítmicos de clichês ou ritmos prontos, afim de compormos um solo maior por fim!



Solo musical



Este tipo de solo requer uma preparação um pouco diferenciada dos demais, pois nele estaria inserido algum tema musical por baixo do solo, ou seja, se tratando de um solo que é executado por cima de um tema, este mesmo deverá seguir um padrão de três coisas importantes que seriam: tempo, dinâmica e andamento.



Primeiro vamos detalhar cada um desses tópicos:



O tempo – na verdade qualquer solo tocado em diferentes ritmos, sempre terá um tempo definido ou não. Por exemplo: um solo livre poderá variar o tempo de divisão das notas tocadas sem preocupação com uma duração, o que acontece ao contrário em um solo musical. Para isso o tempo e suas divisões são de total importância para uma boa execução de um solo musical, lembrando que neste tipo de solo o importante é não sair do tempo, e ainda marcar bem a quantidade de compassos nele existente, ou seja, se a música é em 4/4 o solo deverá ser em 4/4, e assim por diante, imagina fazer um solo em 6/8 e na hora de voltar com a banda para onde vai o tempo? Entenderam, existem bateristas que dominam bem o tempo e as divisões rítmicas que eles podem variar o tempo e os compassos aleatoriamente no período de execução de seus solos, principalmente baterista de jazz!



Dinâmica – a dinâmica é sem dúvidas a marca registrada de muitos bateristas experientes! É ainda a parte principal para um desenvolvimento musical e melódico, pois um baterista que entende de dinâmica, entenderá melhor a concepção e composição de uma música

A dinâmica é a relação em que o baterista ou músico em qualquer instrumento, tende a se confundir mais, pois dinâmica não é velocidade nem tempo, e sim a maneira como o executante toca seu instrumento, ou seja, de forma mais baixa, ou mais alta. Por exemplo: quando contamos para iniciar uma música geralmente usamos mais força na introdução da mesma, afim de colocar mais graça na execução, em seguida o vocalista entra cantando suas frase, a partir daí a dinâmica entra em ação, o baterista terá que tocar mais baixo um pouco durante este trecho, diferentemente da introdução que é mais alta um pouco! Ou ainda quando a música vai para o refrão, daí a música tende a crescer, então a dinâmica entra em ação de novo, você toca um pouco mais alto! E quando a música vai para um solo de guitarra, daí o baterista tende a crescer mais a música e focar o peso da execução ao solo de guitarra, porém sem encobrir o mesmo! Então dinâmica é a arte de saber usar, dosar e colocar força em determinadas partes da música, em nosso caso, no solo de bateria!



Andamento – o andamento é parte principal para um solo musical, pois uma linha definida de tempos e velocidade, neste caso, o andamento, é imprescindível para uma execução perfeita e sem erros. Pois imagina um solo em que o andamento não fica exato, daí é importante ter um metrônomo para auxiliar, pois o tempo de execução e a volta para a música, ou até mesmo o solo sendo executado em cima de um tema, terá que ter uma linha de marcação precisa para que os outros músicos não errem, então é importantíssimo ter ensaiado sua parte de maneira primorosa, afim de não comprometer a execução geral do tema!



Então para a criação e elaboração de um solo musical o importante é seguir esses passos. Inicialmente existe uma maneira bem eficiente para se estudar um solo musical sem ter que precisar de uma banda tocando junto. Pegue uma música da qual será usada nos shows, e tente solar em cima dela, ou seja, execute ao solo junto com a música! Isso mesmo! Tocando o tema que você previamente elaborou em forma de clichês e ritmos que se encaixem com a música tema. O importante é seguir sempre os três padrões estabelecidos, que são: tempo, dinâmica e andamento.

Outra maneira de estudar solos musicais seria tentar usar algum tema estabelecido em compassos diferentes! Afim de criar uma variedade e exploração de novos desafios técnicos! Assim como uma música pode ter várias fórmulas de compasso, um solo também poderá ter a mesma idéia matemática!



Existem vários bons bateristas que executam solos bem musicais, lembrando que um solo musical também poderá ser feito sem um tema por baixo, pode ser que o baterista que execute o solo possa faze-lo soar bem musical, ou até mesmo parecer um fragmento da mesma música que ele esta executando. Vale ressaltar que um solo realmente funciona de maneira musical, quando ele tem um tema por baixo, ou um monde de pausas entre a banda e o executante, neste caso o baterista!



Alguns exemplos de bateristas bons em solos musicais são sempre aqueles que tocam para a música, pois bateristas que adoram solar ao meio de toda a música que esta tocando com sua banda, este realmente quer aparecer mais do que os outros músicos, isso não é bom!

Já vi diversos bateristas que fazem esse tipo de atitude em suas apresentações, além de prejudicar a banda, o público fica sem jeito para dançar, ou se a banda é do tipo instrumental, em que o público desse gênero focaliza os instrumentos, iria ficar pior ainda, pois a bateria não daria chances para os outros instrumento!



Alguns bateristas que dominam a arte de solar temas musicais: Dave Weckl, Steve Gadd, Vinnie Colaiuta, entre muitos bateristas de música latina, jazz e fusion.